segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CAMPANHA HISTÓRICA DO BRASIL NO MUNDIAL JÚNIOR


O Brasil segue garimpando medalhas na Tailândia. Neste sábado (25), Mayra Aguiar foi prata no peso médio e Victor Penalber conquistou bronze no leve. Ao todo, já são cinco pódios neste 14º Campeonato Mundial Júnior: Sarah Menezes (-48kg) e Rafaela Silva (-57kg) foram ouro e Camila Minakawa (-63kg) ganhou o bronze. Ainda faltando três categorias para subir ao tatame (-66kg, Marcos Seixas; -60kg, Felipe Kitadai; e +78kg, Rochele Nunes), o Brasil já garantiu sua maior participação na história em mundiais sub-20. A melhor campanha até então havia sido em 2002, com os ouros de Leandro Guilheiro e Leonardo Eduardo e os bronzes de Taciana Lima e Claudirene Cezar.“Essas cinco medalhas até aqui não são surpresa, são fruto de um trabalho específico em cima das categorias de base. No caso dos juniores, intensificamos o contato dos mais jovens com a seleção principal e depositamos recursos para uma preparação de alto nível, incluindo concentrações no Brasil e torneios e treinamentos na Europa”, comenta o coordenador das categorias de base da Confederação Brasileira de Judô, Josué Moraes. “Fico especialmente feliz pelo judô feminino, que está enchendo os olhos de todos com suas medalhas. A participação de atletas júnior na campanha olímpica deu maturidade e contagiou a todos”, acredita o coordenador.Para Moraes, as recentes conquistas em Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos são uma motivação a mais para a nova geração.“Eles vêem um campeão mundial e um medalhista olímpico de perto e ficam mais confiantes. E isso se reflete também no empenho nos treinos para chegar lá”, acredita o coordenador.Mayra Aguiar, de apenas 17 anos (primeiro ano na categoria júnior) aproveitou bastante a experiência como titular em Pequim. Mas ficou feliz por estar de volta entre atletas de sua idade. Ela já havia sido bronze no Mundial de 2006, quando ainda tinha idade de juvenil.“É um clima muito gostoso. Estava sentindo falta desta convivência”, confessa a gaúcha, que perdeu a final por punição no golden score. “Fiquei triste por ter perdido o ouro desta maneira, mas é minha segunda medalha em Mundiais júnior e ainda tenho outros dois anos na categoria pela frente”, diz Mayra, que estava ganhando por yuko a oito segundos do fim quando foi punida e empatou a luta com a japonesa Haruka Tachimoto, indo para o golden score.A experiência de quem subiu ao pódio na Copa do Mundo Sênior de Budapeste (bronze) deu tranqüilidade – e não pressão – para competir na Tailândia. “Tudo o que conquisto é fruto de muito trabalho. Foi bom lutar no sênior, mas o estilo de luta do júnior é bem diferente. Os atletas são mais imprevisíveis e arriscam mais”, compara Mayra.Mayra venceu por ippon a italiana Marta Ferrari. Em seguida superou também por ippon a chinesa Qiuxia Tang e por wazari a coreana Su-Hyun Ju. Na semifinal, bateu com dois wazari e um yuko a alemã Anne-Katrin Lisewski. Na final, a brasileira perdeu para a japonesa Haruka Tachimoto por punição no golden score.Já Victor Penalber, de 18 anos, deu ao Brasil a primeira medalha do masculino nesta competição. Reserva de Leandro Guilheiro na seleção olímpica, o carioca sabe que faz parte de uma categoria vitoriosa no Brasil: o peso leve (de Leandro Guilheiro, Sebástian Pereira, Ketleyn Quadros, Danielle Zangrando, Luis Onmura e também Tiago Camilo, todos medalhistas olímpicos ou mundiais na categoria).“É uma categoria que dá sorte ao Brasil no masculino e no feminino. Temos que continuar esta tradição e contagiar também os outros pesos”, diz Victor, que teve a companhia de Rafaela Silva em Bangkok para honrar o peso leve brasileiro.Derrotado na semifinal pelo holandês Benji Nortan, Victor chorou. E logo se refez para voltar na disputa do bronze.“Eu fiquei abalado, assim como toda a equipe. Era um sonho meu ser campeão e uma expectativa compartilhada por todo mundo. Mas tive certeza de que não voltaria para casa de mãos vazias e que o bronze seria meu”, afirma o judoca.Para ele, a força vinda das arquibancadas é uma diferença na hora do combate.“Os atletas que não estão lutando nos passam muita força, principalmente nos momentos mais difíceis. Somos muito unidos e todas as medalhas pertencem ao grupo”, garante ele. “Espero que esta medalha abra a porta para outras do masculino. Desde 2002 não subíamos no pódio no Mundial júnior”, completa Victor.O judoca carioca ganhou do americano Nicholas Delpopolo (ippon), do esloveno Tadej Ceh (ippon), do alemão Máxime Lambert (ippon/2wazari) e só foi derrotado na semifinal pelo holandês Benji Nortan (ippon). Na luta pelo bronze, bateu o grego Alexandros Tsopodizis por yuko.Neste sábado, também lutaram pelo Brasil Steffani Lupetti, que perdeu sua primeira luta por wazari para a americana Kayla Harisson, e Marcelo Filho, que ganhou na estréia de Abdullah Al Shammari (KUW) por wazari mas perdeu em seguida para o húngaro Szabolcs Krizsan.-81kg:1. Alibek Bashkaev (RUS)2. Artem Vasylenko (UKR)3. Ramin Gurbanov (AZE)3.Yasuhiro Ebi (JPN)5. Mike Chavanne (SUI)5. Szabolcs Krisan (HUN)-73kg:1. Won-Jung Kim (COR)2. Benji Nortan (HOL)3. Victor Oliveira (BRA)3. Riki Nakaya (JPN)5. Alexandros Tsopozidis (ALE)5. Maxime Lambert (GER)-78kg:1. Kayla Harisson (EUA)2. Audrey Tcheumeo (FRA)3. Ruika Sato (JPN)3. Nadia Campestrin (SUI)5. Nino Odzelashvili (GEO)5. Luise Malzahn (ALE)-70kg:1. Haruka Tachimoto (JPN)2. Mayra Silva (BRA)3. Irina Sordiya (RUS)3. Abigel Joo (HUN)5. Su-Hyun Ju (COR)5. Anne-Katrin Lisewski (ALE)

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